Poema: Alzheimer
Encontrei o poema que se segue num blog The Chess Lover. Não sei quem é o autor, gostaria de deixar um comentário a pedir autorização para o publicar neste blog, mas não consegui deixar o comentário. Espero que o autor não se importe, pois o poema é lindo, e diz-me muito. Quem tem amigos ou familiares com Alzheimer de certo que o entenderá!
Alzheimer
O que vê não sente,
E o que sente quer ver,
O que imagina quer viver,
E o que vive só faz sofrer.
O que sou é uma miragem
E uma miragem é o que enxergo,
Quando vou, quando chego,
Quando olho para uma simples paisagem.
Para onde olho nada recordo,
E o que recordo mal sei quando o esquecerei,
Será repentino, não repararei,
Sinto o vazio quando acordo.
Quando acordo penso,
E do que ainda me lembro sorrio,
Deste profundo sonho imenso,
A minha vida imaginária crio.
Da minha real vida já nada sei,
Nem quem sou nem quem amei,
A mente apagou-se como uma vela a arder,
E ninguém a voltará a acender.
O passado é uma réstia de sanidade,
O presente apenas um dia mais,
O futuro uma estrada sem piedade
A minha vida, um porto sem cais.