O Meu pai tem alzheimer

Olá!

Hoje apenas quero que me ajudem a ter uma resposta. Como sabem os meus pais  são velhotes, o meu pai tem Alzheimer e é a minha mãe que cuida dele. Ela também tem alguns problemas de saúde e tem já muito cansaço desta tarefa difícil que a sorte lhe confiou. Já tentei procurar um lar para meu pai, mas os particulares são muito caros e nós não temos como pagar. A alternativa é um lar do estado, que apesar de continuar a ser caro, sempre é mais barato. Só que há um problema: nos lares do estado só aceitam os idosos se entrar o casal e não apenas um! É claro que a minha mãe não quer ir, mas se ela não for, não aceitam o meu pai sozinho! Mas que lei é esta? Não dá para entender! É o meu pai que precisa de acompanhamento e apoio, a minha mãe ainda pode estar na casinha dela, na vidinha dela.

Alguém me pode ajudar, no sentido de me dizer o que tenho de fazer para mudar esta situação?

Fui visitá-los. Quando cheguei encontrei sentado na rua debaixo de um toldo. Cheguei comprimentei-o. Perguntei-lhe se ele sabia como eu me chamava e ele respondeu "não me lembro!", fiquei tão triste. Tentei não demonstrar e depois de lhe dizer o meu nome, ele respondeu "ah pois é"! De seguida chamou o neto e disse "dá cá um beijinho ao avô"! Aí fiquei mais descansada, se calhar ele sabia quem eu era e apenas não se lembrava do meu nome. Pensar assim conforta-me mais.

Bastaram uns minutos a tomar conta dele, para eu ver realmente o sacrifício que é esta tarefa para a minha mãe! Houve mesmo uns momentos que eu entrei em pânico e comecei a chamar bem alto pela minha mãe, pois mesmo com o auxilio do andarilho eu não o conseguia trazer para casa depois de fazermos uma breve caminhada.

Como esta situação é difícil, ninguém merece! Que impotência! Como é que o Estado se pode ter esquecido dos velhotes. Será que ninguém se lembra que todos para lá caminhamos!

O meu pai até agora,  sempre me tem reconhecido. Nem quero pensar que pode chegar o dia em que ele não se lembre de mim, uma vez que vivo longe e estou pouco com ele. Ele pergunta por mim à minha mãe. Sei que ele deve ter saudades minhas!

Quem me dera ser rica, ter uma casa enorme, onde pudesse ter os meus pais comigo, para além de poder pagar a alguém bem formado que estivesse também a cuidar dele. Se eles trabalharam uma vida inteira e criaram os filhos, tinham direito a uma velhice bem mais digna.

Mas como, não somos ricos, temos de tentar fazer com aquilo que temos os possíveis para lhes darmos todo o apoio. Lamentavelmente, e que eu tenha conhecimento, o Estado não  ajuda.

Gostava que o Estado desse apoio domiciliario, colocando profissionais especializados na doença a visitar estas pessoas, principalmente durante a noite, já que de dia o meu pai costuma ir a um Centro de Dia.