O meu pai tem esta doença má e injusta. A minha mãe foi a sua cuidadora, durante alguns anos! Desde junho de 2012 ele está num lar, porque a minha mãe já não conseguia cuidar dele. A ideia do Blogue é para buscar apoios, ajudas, partilhas, informação.

Sexta-feira , 17 de Fevereiro DE 2012

Ó da guarada!

O meu pai às vezes tens umas saídas, que enfim...se isto não fosse tão sério seria cómico!

Na hora do banho no Centro de dia, ele não quer tomar banho, e então começa a gritar dizendo:

" Ó da guarda! Tirem daqui estas P***s que elas dão cabo de mim!"

Eu gostava de pedir desculpa por ele às funcionárias, porque sei que isto é mesmo a doença.

publicado por alzheimerdepapie às 23:01
Segunda-feira , 18 de Julho DE 2011

Não sei se é da doença

...ou se realmente se passou alguma coisa lá no Centro de Dia. O meu pai de vez em quando chega a casa enervado lá com um outro utente. Ele diz que é uma pessoa, mas essa pessoa que ele pensa que é não está lá. Creio que seja alguém parecido. Mas começa a preocupar-me o facto de ele e essa pessoa terem algum atrito. Penso que ele, ou mesmo a doença,  não ia inventar aquela situação. Eu disse à minha mãe para ela falar com as funcionarias que lá o vão buscar, para sabermos o que se passa.

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publicado por alzheimerdepapie às 22:01
Quinta-feira , 24 de Fevereiro DE 2011

Um pouco agressivo

Duas vezes por semana, lá no Centro de Dia dão banho ao meu pai. Hoje quando o tentavam despir para lhe dar o banho, ele não queria. Não se queria despir e pela primeira vez foi agressivo e até puxou os cabelos a uma funcionária. Não sei o que se passa, só pode ser mesmo da doença, para ele ter esta atitude!

publicado por alzheimerdepapie às 22:45
Quinta-feira , 17 de Fevereiro DE 2011

Como uma criança a chamar pela mãe...

...quando está no Infantário, hoje o meu pai (lá no Centro de Dia) só dizia que queria a minha mãe. Dizia mesmo:" eu queria era a minha..., levem-me para o pé da minha...."! As raparigas da carrinha quando chegaram a casa dos meus pais contaram á minha mãe que hoje todo o dia ele tinha chamado por ela!

Eu fico a pensar  será que ele esteve triste e com saudades? Espero que seja coisa passageira e que não o deprima!

publicado por alzheimerdepapie às 22:55
Segunda-feira , 10 de Janeiro DE 2011

Será que ele sabe?

Por vezes dá-me saudades do tempo em que estava bem.  Do tempo em que ele se aperaltava todo ao domingo, só para ir ao café. Do tempo em que ele participava nas conversas, e de tantas outras coisas. Há dias em conversa com uma prima eu dizia-lhe que tinha esperança que quando chegasse a Primavera, ele recuperasse, já que foi este tempo frio que me pareceu debilita-lo mais, mas ela disse-me que ele  já não ia melhorar...e eu fiquei tão triste. Mas que doença tão injusta, está a roubar-lhe tudo...

A minha mãe pediu-me para eu comprar no supermercado cuecas-fraldas para ele. Isso deixou-me tão triste e deprimida. A que ponto as coisas estão a chegar. A minha mãe diz que é só por precaução, e que ele ainda tem a noção do momento das necessidades fisiológicas.

Gostava de saber o que ele pensa, o que ele sente a propósito disto tudo, mas ele parece estar sempre ausente e não fala sobre isto. Nem sei se ele tem noção do que se passa á sua volta. Tudo o que ele disse sobre isto, foi: " estou muito esquecido!" Por isso penso que ele sente um pouco o que se está a passar.

publicado por alzheimerdepapie às 08:23
Sábado , 25 de Dezembro DE 2010

Neste dia de Natal

Hoje, dia de Natal, fui com o meu marido e o meu filho almoçar a casa de meus pais. Desde há dois anos para cá que a minha mãe já não faz o almoço de Natal onde reunia todos os filhos e netos. Mesmo assim, resolvemos ir até lá e levei o almoço já feito.

Ainda cheguei cedo e o meu pai não estava acordado. Momentos depois ouvimos ele chamar pela minha mãe (dela e do nome , ele nunca se esquece). Ainda ouvi ele dizer à minha mãe que queria se ir sentar ao sol - e estava a chover imenso! A minha mãe  trouxe-o do quarto e eu fiquei a aguardar na cozinha. Estava com muito receio que ele não me reconhecesse, pois já não os visitava acerca de dois meses. Como já lhe custa muito caminhar, vinha com uma bengala e a minha mãe ainda puxava por ele. Quando me viu, parou, deu um sorriso lindo e chamou pelo meu nome. Deu-me dois beijinhos e um abraço. Nesta altura só estava eu por perto, mas depois também pediu um beijinho ao neto e cumprimentou o genro. Depois ainda me falou dos cães. Por momentos a Alzheimer parecia não estar ali.

Na hora de ir embora, quando me fui despedir, ele  disse-me:“ então já vais embora!? Mas para a semana vens cá outra vez, não é?” Acenei a cabeça que sim, mas na verdade, não devo de ir. Eu gostaria de poder ir mais vezes. Hei-de arranjar uma forma de ir mais vezes, porque percebi que é o que ele quer. Deve sentir falta de ter os filhos por perto.

publicado por alzheimerdepapie às 23:16
21 de Setembro → Dia Mundial da Doença de Alzheimer alzheimerPortugal

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